terça-feira, 22 de novembro de 2016

Facebook: Mercado Negro


Investigadores junto com a WJC - organização mundial de crimes ambientais - infiltrou-se em grupos de contrabando na cidade Nhi Khe, Vietname, por mais de 12 meses. Os seus infiltrados estimaram mais de US $53.1 Milhões em chifres de rinocerontes, marfim, partes de tigre e espécies traficadas vivas, como o pangolim. Isto tudo só no último ano.

Esta semana, num Congresso Internacional em The Hague, Holanda, concluiu-se que o Governo Vietnamita podia fazer muito mais para combater o tráfico ilegal de animais selvagens. Numa audiência pública convocada pela WJC, o painel de oradores deu indicações de como as Autoridades Vietnamitas podiam detectar o contrabando desenfreado na rede social Facebook.

A organização descobriu diversos grupos privados, onde os utilizadores são obrigatoriamente convidados pelo seu dono. Nesses grupos eram feitas encomendas reais para tráfico de espécies selvagens. Num relatório do jornal The Guardian, o Facebook é usado maioritariamente para a venda de marfim. Após aprovação do administrador do grupo, os clientes entram em contacto com os contrabandistas. As transações monetárias são feitas normalmente por WeChat Wallet, um sistema Chinês de mensagens com funcionalidade de pagamento.



Quando contactados pela Motherboard, um porta-voz do Facebook disse "a nossa empresa não permite a troca ou venda de espécies em selvagens ou em vias de extinção, e não irá hesitar em remover qualquer conteúdo que vá contra os Termos quando nos é reportado."
Esse Termos incluem qualquer atividade criminosa que cause dano físico aos animais, incluindo contrabando de animais selvagens.

Facebook afirma já ter trabalhado com OGNs e autoridades afim de receber dicas acerca do contrabando de animais selvagens pelos seus utilizadores. A empresa tem o direito de apagar qualquer conta ou comentário se algum abuso for reportado, mas o Facebook aborda os supostos casos de tráfico um a um.

Nos últimos anos, as redes sociais viram um aumento de comércio legal e ilegal de animais selvagens. Em Maio, a polícia descobriu que espécies de plantas ilegais estavam a ser vendidas pelo Ebay e Amazon. Mais recentemente, o tratado internacional CITES aprovou que as autoridades devem procurar o comércio de chitas como animais de estimação no Facebook e Instagram.

Apesar das evidências que a WJC mostrou para o Governo Vietnamita, pouco foi feito para acabar com a rede de tráfico.

"Nós enviámos ao Governo um caso detalhado com tudo o que é necessário para processar esses criminosos e fechar os seus negócios. Oferecemos ainda assistência e trabalhámos com as partes interessadas para encorajar as Autoridades a agir, sem qualquer sucesso até ao momento." afirmou o Director da WJC.

Segundo a WJC, os 579 rinocerontes vendidos pela rede criminosa representavam 50% de todos os rinocerontes Sul-Africanos mortos em 2015.

As suas recomendações, vão desde a protecção de quem denuncia o contrabando, mais acções penais alem das multas e o estabelecimento de uma força para detectar a tempo os crimes nas redes sociais.

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